Eu sou o sujeito que chegou atrasado ao discurso do Secretário de Estado. Como disse o Philip Baverstock, é da minha licenciatura História, somos todos uns lunáticos...
Trabalho no CPR - Conselho Português para os Refugiados. Digo-vos, tem sido uma experiência muito curiosa. Ontem, preparei uma apresentação a efectuar na sexta-feira. Curiosidade: uma das suas secções está escrita em Kiswahili. Chegaram duas famílias de refugiados reinstalados que haviam estado, durante 9 anos, num campo de refugiados da Tanzânia. Alguém se esqueceu de dizer que nenhum deles falava qualquer tipo de língua colonial. Além de kiswahili, um pouco de lingala, diziam alguns oficiais do SEF. Pois. Calhou-me descobrir como se diz pão, óleo vegetal, arroz e farinha em kiswahili. E descobrir como explicarei, gestualmente, o que é um "Presidente da República", uma "União Europeia", um "mercado de trabalho" e outras coisas que, às vezes, damos como adquiridas. Até ao momento em que vemos uma criança de 2 anos a rejeitar uma fralda porque sempre viveu num campo de refugiados onde os recursos são escassos, as condições degradadas e a lei... bem, a lei à europeia tirou férias, por aqueles lados. Ver a cara de felicidade destas famílias, quando viam um jogo de futebol na televisão, revela algo.
Enfim, é uma experiência interessante. Para além de todos os problemas e questões associados às organizações portuguesas latu sensu. Há por aí algum/a engenheir@ de sistemas ou um/a especialist@ em análise de processos? É que o terceiro sector precisa, com urgência, de apoio dirigido à maximização da eficiência e à melhoria dos procedimentos. Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar aquilo que, todos os dias, desperdiçamos.
Umas ideias Imundas.
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